Personal shopper: precisa ter um closet de grife?
Se você é uma entusiasta do mercado de moda de luxo e gostaria de trabalhar com nesse universo amplo e muito lucrativo, já deve ter pensando em investir em um closet recheado com grandes marcas de luxo. Vendo de fora, pode parecer uma boa forma de começar ou uma tentativa de valorização, mas na verdade, o trabalho de um Personal shopper de luxo não significa, necessariamente, comprar em lojas de grife.
Sempre que comento minhas experiências como Personal shopper em lojas e shoppings de luxos recebo de volta o questionamento de quantos itens de grife eu própria possuo em meu closet.
Respondo, com muita tranquilidade, que eu não sou uma consumidora de itens do tipo. Tenho dois perfumes, dois óculos, uma camiseta, dois batons e um esmalte (esses três últimos presenteados por minhas alunas!) produtos esses que são considerados acessíveis, uma vez que, embora sejam de grifes, atendem aos bolsos de um mercado de massa significativo.
Comprar marcas de luxo
Quando digo que não compro itens de luxo, falo de roupas, bolsas, cintos, calçados e acessórios. Produtos que ultrapassam os quatro ou, com ainda mais facilidade, os cinco dígitos. E isso não quer dizer que eu não seja uma consumidora de marcas de luxo!
Numa dimensão mais ampla do que seja consumir, sempre devemos extrapolar o ato da compra e considerar o quanto de informação acessamos e quanto desejamos pertencer ao universo do luxo.
Estar em contato com esse campo, querer a posse de certos itens e sonhar com experiências exclusivas fazem parte de uma experiência de compra!
Experiência do consumidor
Há quem diga, inclusive, que o mercado de luxo se sustenta justamente porque uma grande parcela vivência o sonho, é frequente em páginas de conteúdos sobre o luxo e se programa para ter algum produto cosmético, ocular ou de vestuário com custo reduzido a três dígitos e ampliado no suor das economias.
É fato que as grifes lucram muito mais com esse mercado do que com o de alta costura, por exemplo. Mas o valor simbólico de suas histórias e experiências é substancial, e pode ser inclusive materializado no que chamamos de valor de marca. É por conta do capital simbólico que a maioria, para não dizer todas, das grifes se sustentam.
Isso me faz afirmar, com segurança, que você não precisa ter todos os itens de todas as grifes globalmente reconhecidas no seu guarda-roupas para atuar como shopper no setor de luxo. Você já é, provavelmente, um consumidor da aura desse business.
Como ser uma Personal Shopper?
A posse dos itens não faz parte da técnica para se tornar um bom profissional do ramo. Você pode, sim, desenvolver seu repertório de moda, visitar shoppings especializados, frequentar eventos que discutem a temática, ir até as lojas conhecer os produtos e o atendimento (incluindo aqui os brechós de luxo), ler artigos sobre luxo, ficar sempre a par dos conteúdos que as grifes lançam e até mesmo de quem avalia a fabricação desses itens.
São muitas as possibilidades para ser um expert de consultoria em compras de itens de luxo, mas certamente não é critério ter um guarda-roupa grifado para se tornar um excelente profissional do ramo!
Afinal as técnicas, o passo a passo do atendimento, a entrega do guia de compras, tudo isso exige de você uma boa formação, e não um closet caro!
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Texto: Luiza Oliveira
Consultora de Imagem, Personal Shopper e professora na Ecole Brasil.